quarta-feira, 22 de abril de 2009

Unesco lança biblioteca mundial digital

A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) lança nesta terça-feira a Biblioteca Digital Mundial, que permitirá consultar gratuitamente pela internet o acervo de grandes bibliotecas e instituições culturais de inúmeros países, entre eles o Brasil.
Dezenas de milhares de livros, imagens, manuscritos, mapas, filmes e gravações de bibliotecas em todo o mundo foram digitalizados e traduzidos em diversas línguas para a abertura do site da Biblioteca Digital da Unesco (
www.wdl.org ).
A nova biblioteca virtual terá sistemas de navegação e busca de documentos em sete línguas, entre elas o português, e oferece obras em várias outras línguas.
Entre os documentos, há tesouros culturais como a obra da literatura japonesa O Conde de Genji, do século 11, considerado um dos romances mais antigos do mundo, e também o primeiro mapa que menciona a América, de 1507, realizado pelo monge alemão Martin Waldseemueller e que se encontra na biblioteca do Congresso americano.Entre outras preciosidades do novo site estão as primeiras fotografias da América Latina, que integram o acervo da Biblioteca Nacional do Brasil, o maior manuscrito medieval do mundo, conhecido como a Bíblia do Diabo, do século 18, que pertence a Biblioteca Real de Estocolmo, na Suécia, e manuscritos científicos árabes da Biblioteca de Alexandria, no Egito.Até o momento, o documento mais antigo da Biblioteca Digital da Unesco é uma pintura de oito mil anos com imagens de antílopes ensanguentados, que se encontra na África do Sul.
A Biblioteca Nacional do Brasil é uma das instituições que contribuíram com auxílio técnico e fornecimento de conteúdo ao novo site da Unesco.O projeto contou com a colaboração de 32 instituições, de países como China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, México, Rússia, Arábia Saudita, Egito, Uganda, Israel e Japão.
O lançamento do site será acompanhado de uma campanha para conseguir aumentar o número de países com instituições parceiras para 60 até o final do ano.
"As instituições continuam proprietárias de seu conteúdo cultural. O fato de ele estar no site da Unesco não impede que seja proposto também a outras bibliotecas", explicou Abdelaziz Abid, coordenador do projeto. A ideia de uma biblioteca digital mundial gratuita foi apresentada à Unesco pelo diretor da biblioteca do Congresso americano, James Billington, ex-professor da Universidade de Harvard.Ele dirige a instituição cultural do congresso americano desde 1987 e diz ter aproveitado o retorno dos Estados Unidos à Unesco, em 2003, após 20 anos de ausência, para promover a ideia da biblioteca digital."Eu lancei essa ideia e sugeri colocá-la em prática nas principais línguas da ONU, como o árabe, chinês, inglês, francês, português, russo e espanhol", diz Billington.Ele se baseou em sua experiência na digitalização de dezenas de milhões de documentos da Biblioteca do Congresso americano, criada em 1800.O objetivo da Unesco é permitir o acesso de um maior número de pessoas a conteúdos culturais e também desenvolver o multilinguismo.


Fonte: O globo online em 22/04/2009.

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terça-feira, 21 de abril de 2009

Inovações Tecnológicas

Com a força do pensamento
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Diga adeus a mouse, teclado e joystick. Para controlar seu PC e interagir com seus games prediletos, basta pensar. Isso mesmo, estão chegando ao mercado as primeiras interfaces cérebro-computador que transformam pensamentos reais em ações no mundo virtual. Pense “Corra”, e o seu personagem no jogo corre; pense “atirar”, e o inimigo já era! Pense [...]


Sala perfeita na forma de fone de ouvido
segunda-feira, 23 de março de 2009
Sabe aquele sistema de home theater que você vem namorando há tempos, mas vem adiando comprar porque não sabe como vai instalá-lo na sua microssala e garantir o efeito de som de cinema? Pois um simples fone de ouvido pode resolver o seu problema. Bem, a tecnologia por trás do Psyko 5.1 (Psyko Waveguide Technology) [...]


Rádio de carro com Internet
terça-feira, 10 de março de 2009
Ainda não estão totalmente prontos, mas os primeiros reprodutores de rádios online para carros vêm aí. A fabricante de equipamentos de áudio para automóveis Blaupunkt e o portal australiano de rádios online miRoamer estão trabalhando em um rádio de carro que, além das estações AM/FM, transmite músicas, notícias e entretenimento de estações do mundo todo.Os [...]


Micro, mas notável
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Imagine um projetor que mede 5 cm x 10,4 cm x 1,52 cm, pesa 120 gramas e transforma qualquer parede numa tela de 60 polegadas, exibindo imagens e vídeos que estão no seu iPod ou no seu iPhone. Pois o Pico Handheld Projector faz tudo isso e, com os conectores corretos, ainda pode ser plugado [...]


Na onda do touchscreen
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
A tela sensível ao toque do iPhone fez escola entre os telefones celulares. No Mobile World Congress 2009, que começou ontem (16) em Barcelona e vai até o dia 19, quase todos os fabricantes lançaram modelos touchscreen. A LG, que já tinha exibido os aparelhos na CES 2009, no mês passado, e está fazendo campanha [...]


Mensagem instantânea 3D
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Realidade. Este é o significado da webcam 3D Minoru, lançada pela inglesa PDT Ltd na CES 2009. A webcam proporciona aos usu;arios a experiência de ver transmissões 3D durante um bate-papo em seu programa de mensagens instantâneas favorito. A webcam é uma peça com duas câmeras separadas uma da outra pela distância entre os olhos [...]


Um iBafômetro para o iPhone
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Assim como o iPod, o iPhone também está criando um ecossistema próprio de acessórios para o aparelho. É um mercado paralelo que gera milhões de dólares, sem qualquer interferência da Apple, que não se mete no assunto. Muitos são inúteis, mas há traquitanas - como o iBreath - que são bem úteis em qualquer país [...]


Comunicações mais velozes
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Pesquisadores de Intel, a gigante dos processadores, afirmaram ter dado um grande passo para resolver o problema de transporte de dados na web, que ameaça paralisar a rede em alguns anos. Eles estão testando um dispositivo chamado Avalanche Photo Detector (APD), baseado em silício, com resultados promissores. Em uma das métricas, chamada “ganho de largura [...]


iPhone tamanho gigante
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
A Samsung lançou, na Coréia, cinco novas telas LCD sensíveis ao toque. Voltadas para usuários corporativos (é, não pense em ter uma dessas em casa), elas têm tamanho que varia de 32″ a 82″.
As telas da série TS podem servir como POS (pontos de venda) ou de informação. De acordo com a Samsung, elas possuem [...]


Som para passar mal
domingo, 30 de novembro de 2008
O nome deste dispositivo já diz tudo: Sonic Nausea. Segundo a fabricante, o gadget usa uma “combinação única de ondas sonoras de altíssima freqüência” para causar enjôo em todo mundo ao alcance.
O Sonic Nausea também é capaz de causar “dores de cabeça, irritação intensa, suor e desequilíbrio” nas pessoas atingidas. Ele é alimentado por uma [...]

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Contabilidade Criativa

Estudo de "contabilidade criativa" é disciplina em universidades dos EUA
Publicidade da Folha de S. Paulo, em Nova York
Quando os investidores e analistas financeiros dizem que o mercado norte-americano aprendeu muito com os escândalos contábeis em grandes corporações que tomaram o país de assalto nos últimos meses, podem estar sendo mais literais do que imagina a vã filosofia.É que, a partir do próximo ano letivo dos Estados Unidos, que começa em setembro, pelo menos 20 das principais universidades do país oferecerão cursos sobre o fenômeno já chamado de "contabilidade criativa".Não, não se trata de ensinar aos alunos como maquiar o balanço das empresas. O objetivo é justamente o oposto: preparar o estudante para que, uma vez atuando no mercado financeiro ou no mundo dos negócios, seja como contador, corretor, analista ou mesmo executivo, possa perceber quando uma companhia não está dizendo totalmente a verdade em suas declarações financeiras e balanços periódicos.É o que professores já estão chamando, em tom de brincadeira, de "Enron 101", numa referência à gigante do setor de energia e ao número que invariavelmente acompanha os nomes dos cursos para iniciantes no sistema educacional dos EUA. A energética Enron quebrou em dezembro passado e detonou a série de escândalos contábeis.Sinal dos temposA que saiu na frente foi a Universidade da Califórnia, que oferecerá para seus estudantes de economia e administração o curso "The Enron Case" (O Caso Enron), valendo dois créditos. No prestigioso Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) estão previstos estudos das empresas Tyco, Global Crossing e Xerox."Lessons from Enron" (Lições da Enron), da Universidade de Washington, "The Accounting Lyceum" (O Liceu da Contabilidade), dado pela Universidade de Notre Dame, e "Problems in Accounting" (Problemas na Contabilidade), da Universidade do Texas, são alguns dos outros cursos.O fenômeno levou a entidade que emite os certificados para os contadores norte-americanos, o American Institute for Certified Public Accountants, a mudar seu exame a partir de 2004. O novo teste apresentará um balanço maquiado e o candidato terá de achar os truques utilizados.Não que o instituto esteja com uma fila grande de candidatos à espera dos certificados. Segundo o Departamento de Educação dos EUA, a procura por faculdades de contabilidade no país caiu 27% nos últimos quatro anos.A queda tende a se acentuar, pelo menos se depender da colaboração dos apresentadores de "talk shows", que abandonaram os advogados em favor dos contadores como principal vítima de suas piadas.

La contabilidad creativa en EE.UU. promete nuevas burbujas en el mercado

La contabilidad creativa en EE.UU. promete nuevas burbujas en el mercado
MARTÍN BURBRIDGE Buenos Aires
El Cronista Comercial

Wells Fargo inauguró la era de la “contabilidad creativa” en la que las entidades se benefician con un esquema más flexible para valuar activos caídos en desgracia. Por eso, mostrarían ganancias
Con la eliminación del mark-to-market, normativa contable que obligaba a los bancos a registrar sus activos tóxicos a precio de mercado, los balances de las entidades van a mejorar en los próximos meses, con el riesgo de generar nuevas burbujas en los mercados financieros.
Si Wall Street jugara a la quiniela, en los últimos días seguramente habría apostado “a la cabeza” del número 157. Porque acaban de conseguir la reforma de la normativa 157 de la FASB (Financial Accounting Standard Board, que es el organismo que determina las normas contables en EE.UU.), la cual obligaba a los bancos a registrar en sus balances los activos tóxicos a precios de mercado. En un contexto de crisis financiera, el valor de mercado de estos activos era, en palabras del economista francés Jacques Attali, “de cero a menos infinito”. Y esta contabilidad habría sido en parte responsable de que los balances trimestrales de los bancos fueran tan negativos desde principios de la crisis financiera.
Pero como la crisis comienza a pegar coletazos peligrosos en el resto de la economía estadounidense, el gobierno de Obama decidió relajar la normativa para permitir que los activos se valoren con otros criterios más flexibles, algo así como darle la llave de la bodega a un alcohólico. Porque ahora serán los bancos quienes determinarán la valuación de estos activos, lo que les permitirá mejorar sus resultados trimestrales al reducir las pérdidas. El primer efecto de esta contabilidad creativa fueron los resultados presentados por Wells Fargo (ganancia de u$s 3.000 millones en el primer trimestre de 2009). Y el segundo efecto que comienzan a vislumbrar algunos analistas sería el riesgo de alumbrar una nueva burbuja especulativa en el mercado de acciones.
La principal crítica que se le hace a la medida de flexibilizar el mark-to-market es que la reforma contable quita transparencia a los balances bancarios. Son pocos los que se preguntaron cómo hizo el Wells Fargo para alcanzar estos resultados, en un contexto de recesión económica, con los precios de las viviendas un 40% por debajo de sus valores record. Desde el anuncio de los resultados trimestrales, la acción de Wells Fargo creció un 23%, señal de que los operadores prefieren ver la posibilidad de ganancia en el corto plazo, y de paso alimentar un nuevo rally alcista.
Llama la atención que el gobierno estadounidense haya tomado esta medida, sobre todo después de que el mismo Obama declarara hace pocos días atrás que “no podemos volver al statu quo. Tenemos que poner fin a la especulación irresponsable, al crédito de baja calidad, a los bancos excesivamente apalancados y a la ausencia de controles”. Pero a la luz de la política llevada adelante por la Fed de emitir dinero en grandes cantidades para evitar que el consumo y la actividad económica se frenen, esta reforma de la normativa contable va en la misma dirección de enfrentar los problemas del sector financiero sin aplicar cirugía mayor y, en cambio, tratar de que las cosas se vayan acomodando. Al permitir que los bancos dejen de registrar los activos tóxicos al valor de mercado, el objetivo del gobierno es el de desactivar el nerviosismo que todavía persiste en los mercados financieros, que cambie la tendencia a deshacer posiciones en acciones de bancos, que mejore el precio de estas acciones y que las entidades financieras vuelvan a prestar dinero para que la economía estadounidense se recupere de a poco.
El riesgo de esta política es el de generar una nueva burbuja, algo que a la Fed no le preocupa demasiado, si uno mira la política de baja de tasas que ha llevado adelante en los últimos años. Y, por lo que se vio en estos últimos días por parte del Departamento del Tesoro, la prioridad estará puesta en recuperar la economía a toda costa y ‘patear‘ el riesgo de una nueva burbuja para más adelante. Como si fuera la Argentina, después se verá qué hacer cuando estalle (o quién se tendrá que hacer cargo de apagar el incendio).

Fonte: Revista
Contábil & Empresarial Fiscolegis, 16 de Abril de 2009

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O lucro abrangente transparecendo...

Puxado por itens especiais, lucro da Abbott cresce 53% no 1º trimestre
Valor Online
15/04/2009 11:23
SÃO PAULO -
A farmacêutica americana Abbott encerrou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido de US$ 1,44 bilhão (US$ 0,92 por ação), o que representa um crescimento de 53% em relação ao mesmo período de 2008, quando o ganho ficou em US$ 938 milhões (US$ 0,60 por ação). O resultado foi puxado por ganhos extraordinários e pelo crescimento da demanda por alguns produtos, apesar de as vendas totais terem ficado abaixo do esperado.
Boa parte dos ganhos, mais especificamente US$ 797 milhões, veio do não reconhecimento de um passivo contingente, além do recebimento de pagamentos contratuais da sócia de longo prazo Takeda Pharmaceutical.
Excluindo os itens extraordinários, o lucro da companhia fica em US$ 0,73 por ação, uma alta de 21,6% ante o primeiro trimestre de 2008, acima da previsão dos analistas, que era de US$ 0,70 por ação.
As vendas globais da Abbott caíram levemente, para US$ 6,72 bilhões, montante que segundo a companhia foi "fortemente prejudicado" pela valorização do dólar, que reduziu o valor da exportações.
A companhia informou ainda que sua projeção para o lucro líquido em 2009 está entre US$ 3,65 e US$ 3,70 por ação, excluindo itens extraordinários. Para o segundo trimestre, o sentimento é de que o ganho ficará entre US$ 0,87 e US$ 0,89 por ação.

Novas mudanças: a contabilidade está em alta

Nova regra impulsiona curso contábil
DCI - SÃO PAULO
14/04/2009
As mudanças que vêm acontecendo este ano no setor de contabilidade brasileiro, com a implementação da convergência às normas internacionais (IFRS) e do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), estão provocando grandes movimentações no mercado de educação contábil, em que a demanda por cursos de especialização em alguns casos aumentou cerca de 50%.Luciana Onusic, coordenadora-geral da Trevisan Escola de Negócios, explica que a graduação no curso de Ciências Contábeis tem sido mais procurada este ano, inclusive por profissionais com formação em outras áreas, em busca de especialização em Contabilidade. "Vamos abrir um novo vestibular de graduação em Contabilidade no dia 21 de junho. Será o único curso que terá um vestibular no meio do ano, pois notamos que esse mercado está muito forte em decorrência das mudanças no setor", explicou a executiva, que notou um aumento de 30% de interessados na graduação em Contabilidade em dezembro de 2008.De acordo com Luciana, os cursos de pós-graduação em Controladoria, que é uma extensão do curso de contabilidade, tiveram um aumento de 50% de procura por parte dos profissionais. "A profissão contábil esta cada vez mais valorizada, as mudanças na legislação estão impulsionando o profissional a se especializar mais nessa área", explicou a executiva. Ela conta que os cursos de contabilidade podem ser encontrados em todas as divisões da Trevisan: graduação, pós-graduação, cursos In Company e Eventos. "Nos cursos In Company enviamos nossos profissionais para lecionar dentro da empresa, dependendo da especialidade que a companhia escolher", disse. Nos seminários promovidos com a intenção de oferecer cursos de curta duração, a executiva explica que, de setembro do ano passado até ontem, 325 pessoas participaram dos eventos que tratavam, entre outros assuntos, de IFRS e SPED. Para suportar esta demanda, a Trevisan abrirá, no dia 09 de maio, um curso específico de SPED, que terá cerca de 20 horas de duração. "Esperávamos um decréscimo de matrículas por causa da crise, mas isso não aconteceu: a demanda está cada vez maior", disse a executiva.Amélia Serra, diretora do Centro de Orientação Profissional (Cenofisco), que existe há apenas três anos, explica que os profissionais estão com dificuldades de se adaptar à novidade do SPED, que é um sistema complexo, e por isso estão procurando cursos de especialização. "O mercado contábil começou a profissionalizar-se agora, depois de perceber que não tinha mão de obra preparada e capacitada para enfrentar as mudanças", explicou a executiva.De acordo com Amélia, o Cenofisco tem hoje cerca de 22 mil alunos matriculados em seus cursos, e a expectativa de chegar, este ano, a 28 mil. "Em outubro tivemos uma queda de 20% na procura por esses cursos, em consequência da crise. Neste trimestre, o mercado voltou a aquecer-se", disse. O Cenofisco oferece cursos de graduação e de especialização, que são de curta duração.AdaptaçãoLuiz Fernando Nóbrega, vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (CRC-SP), explica que este ano será de adaptação do setor contábil às novas normas impostas pelo governo, com a tendência de que cada vez mais os profissionais busquem por cursos de especialização. "A partir do segundo semestre deste ano, e principalmente no ano que vem, a busca por cursos de especialização deve aumentar mais", explicou.O Sindicato das Empresas e Serviços Contábeis de São Paulo (Sescon-SP) também realiza um forte trabalho com a finalidade de promover uma maior profissionalização do setor, com ações de responsabilidade social, como o projeto "Desenhando o Futuro", que, de de sua criação, em 2003, até hoje, já formou cerca de 750 jovens na área contábil.José Maria Chapina Alcazar, presidente do Sescon, afirma que cerca de 80% dos alunos formados pelo Sindicato são absorvidos pelo mercado. "Subsidiamos toda a infraestrutura para que esses jovens possam ter uma formação", disse ele, ao DCI. De acordo com dados do Conselho Federal de Contabilidade do Brasil (CFC), apurados em 2008, há mais de 400 mil contabilistas e técnicos em atuação hoje no País, e mais de 69 mil escritórios individuais e sociedades contábeis no mercado, o que significa que há uma grande massa de contadores que deve voltar à escola para se adaptar a todas as novas regras do setor e para se atualizar.No Brasil, há mais de 1.100 cursos de Ciências Contábeis, que formam cerca de 40 mil profissionais de contabilidade ao ano.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

CONFERENCIA INTERAMERICANA DE CONTABILIDADE

XXVIII CONFERÊNCIA INTERAMERICANA DE CONTABILIDADE
Apresentação de trabalhos nacionaisComunicação CFC.

Os trabalhos nacionais devem ser encaminhados para o e-mail tecnica@cfc.org.br até o dia 15 de junho de 2009. Confira abaixo as normas para o envio. Trabalhos Nacionais Os autores dos trabalhos nacionais serão designados pelo diretor do país correspondente, quem promoverá a participação entre seus filiados e as regras para o recebimento dos mesmos, podendo formar um Comitê para este fim. Os trabalhos nacionais têm como finalidade fornecer opiniões e elementos de julgamentos adicionais, para enriquecer o desenvolvimento dos temas que analisam nos grupos de discussão da XXVIII CIC. Estes trabalhos serão preparados no máximo por três autores, que serão identificadas como autores nacionais. Os trabalhos nacionais serão apresentados por escrito em um documento impresso e mediante CD e entregues ao diretor de cada país na AIC, quem deixará expresso por escrito de que o trabalho tem qualidade necessária para serem discutidos na XXVIII CIC, Os trabalhos nacionais pré-selecionados pelo diretor do país serão enviados aos respectivos presidentes das comissões técnicas da AIC, segundo as áreas, até o dia 30 de junho de 2009. A apresentação do documento deverá ser em Word 2003, letra Times New Roman, fonte 12, Formato 8,5" x 11", escrito com espaço duplo entre linhase margem 1" de cada lado. A extensão do desenvolvimento do tema não excederá as 20 páginas, incluindo um resumo que não poderá exceder uma página, as conclusões que não deverão exceder duas páginas e a guia de discussão. O CD correspondente será identificado com uma etiqueta externa. O conteúdo dos trabalhos nacionais deverá incluir os seguintes componentes: a) Capa mencionando: área técnica, título do trabalho, pseudônimo(s) do(s) autor(s), país que representa e assinatura do diretor de seu país na AIC. b) Resumo, índice, desenvolvimento limitado ao tema e bibliografia citada no texto. c) Conclusão do desenvolvimento do tema d) Guia de discussão, destacando os principais pontos do desenvolvimento do tema. e) Currículum vitae do(s) autor(es). f) Pseudônimo(s) do(s) autor(es). g) Fotografia do(s) autor(es) 2" x 2". h) Disco compacto com os componentes dos incisos anteriores de a) a f). Será requisito indispensável para a aceitação dos trabalhos nacionais, a observância estrita de todo o disposto, anteriormente, nesta regra. Os Diretores de cada país na AIC distribuirão os trabalhos nacionais da seguinte forma: a) Um exemplar ao Presidente da Comissão Técnica Interamericana da área a que corresponda o trabalho. Este exemplar incluirá somente a informação contida das letras (a) até (f). A identidade do(s) autor(es) não poderá ser revelada às Comissões Técnicas, que identificarão os trabalhos por seus títulos e pseudônimos. b) Para os trabalhos selecionados pelas Comissões Técnicas, serão enviadas à omissão Organizadora da XXVIII CIC o curriculum vitae e a fotografia. A data limite para a recepção dos trabalhos nacionais pelo Comitê Técnico será até o dia 30 de junho de 2009. As Comissões Técnicas Interamericanas deverão revisar cada um dos Trabalhos Nacionais que recebam em suas respectivas áreas, e selecionar, no máximo, 04 (quatro) deles para cada um dos temas incluídos no Temário Oficial da XXVIII CIC. Os Presidentes das Comissões Técnicas Interamericanas das áreas a que correspondam os trabalhos enviarão à Comissão Organizadora da Conferência os 04 (quatro) Trabalhos Nacionais selecionados até 31 de julho de 2009. Os Presidentes das Comissões Técnicas Interamericanas não podem ser autores de trabalhos nacionais sobre temas que sejam de sua área. Fica expressamente estabelecido que os autores nacionais aprovados e apresentados na XXVIII CIC cedem a favor da Associação Interamericana de Contabilidade todos os direitos sobre seus respectivos trabalhos para fins de edição, publicação ou concessão de autorização para publicação sem qualquer obrigação de mencionar o nome e nacionalidade dos autores. Este acordo, a favor da AIC, não impede que o(s) autor(es) possam individualmente editar e/ou publicar, seus trabalhos.
Para ver o regulamento na íntegra, clique aqui.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

'Botox' no lucro líquido tira credibilidade dos balanços

Por Jonathan Weil, Bloomberg, de Nova York
08/04/2009

Não se pode ter um índice preço/lucro (P/L) sem lucros. E por um importante referencial financeiro, o índice de ações Standard & Poor's 500 não tem nenhum.
A medida de lucros à qual estou me referindo é chamada de lucro abrangente. Embora exista uma boa chance de você nunca ter ouvido falar disso, trata-se de uma medida de lucratividade bem mais completa que o seu primo mais conhecido, o lucro líquido.
O lucro abrangente é a mudança no patrimônio dos acionistas de uma companhia em um determinado período, excluindo os efeitos de novas injeções de capital e pagamentos de dividendos. Por essa medida, as companhias do índice S&P 500 tiveram perdas combinadas nos últimos quatro trimestres de cerca de US$ 200 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg e minha própria análise dos relatórios das empresas. Em outras palavras, não há um P/L porque não há L.
Por outro lado, as empresas do S&P 500 tiveram lucro líquido de US$ 295 bilhões no período, o que revela um P/L de 25 vezes os lucros para o índice. Isso não é barato pelo padrão histórico . E é muito o que se pagar por lucros "botox", que são artificialmente firmes e cosmeticamente melhorados.
Os investidores podem não prestar muita atenção ao lucro abrangente. Mas deveriam. O lucro líquido, independentemente de sua reputação de última linha do balanço, tornou-se tão poluído que não é mais uma medida confiável. Nome mais apropriado seria lucro abrangente excluindo coisas que a administração não quer que você perceba.
A partir do primeiro trimestre, após as pressões do setor bancário e seus lobistas no Congresso Americano, o Financial Accounting Standard Board (Fasb) propôs permitir às empresas reportarem os números de lucro líquido que ignoram quedas graves e de longo prazo nas ações e títulos de dívida que possuem. Do jeito que as regras estão, as empresas precisam registrar despesas no lucro líquido sempre que decidirem que essas perdas não são temporárias.
Na maioria dos casos, as companhias poderão manter as perdas não temporárias fora do lucro líquido. Isso está ligado a várias outras coisas que o lucro líquido já exclui, como os ganhos e perdas com planos de benefícios a aposentados, certos contratos de derivativos e flutuações cambiais. Tudo isso continuará sendo levado em conta no lucro abrangente.
O abismo entre o lucro líquido e o lucro abrangente normalmente não é tão grande. Segundo a Bloomberg, os resultados de 2007 das companhias que fazem parte do S&P 500 mostram um lucro abrangente combinado de US$ 784 bilhões, comparado a um lucro líquido de US$ 660 bilhões. Isso foi quando os planos de pensão eram comparativamente mais ricos, por causa das baixas taxas de juros e da alta dos mercados, e as companhias tinham uma probabilidade maior de mostrar ganhos do que perdas com as posições em títulos.
A onda de prejuízos do último ano, especialmente nas instituições financeiras, vem cobrando seu preço sobre as duas medidas de lucro. Em certos casos, a diferença entre as duas foi enorme.
Certamente, se excluíssemos os bancos, o lucro abrangente combinado do resto das empresas do S&P 500 teria sido ligeiramente positivo. Mesmo assim, as instituições não foram as únicas com grandes diferenças entre seus resultados líquidos e abrangentes
O lucro abrangente tem os mesmos problemas do lucro líquido. Ele depende de muitas estimativas subjetivas - desde reconhecer a receita ao tamanho das reservas para perdas com empréstimos e as despesas de depreciação de ativos. Ainda assim, é mais próximo, sob os princípios contábeis aceitos, da realidade econômica da empresa. O maior desafio para os investidores sempre é encontrá-lo.
As empresas americanas são obrigadas a revelar o número nas demonstrações trimestrais que enviam às autoridades reguladoras, mas elas não o colocam nas demonstrações de resultados. Normalmente, elas o colocam no patrimônio ou o escondem nas notas explicativas. A maioria das companhias não menciona o número em seus releases de resultados.
Nada disso vai mudar, a menos que os investidores comecem a exigir a informação com mais destaque. Com a nova safra de balanços já iniciada, o momento de se manifestar é agora.
Fonte: Valor On-line

terça-feira, 7 de abril de 2009

Armadilhas para o investidor


Por Angelo Pavini, de São Paulo
07/04/2009
Que tal multiplicar seu dinheiro por três em poucas semanas usando apenas a internet? Basta se cadastrar em um site e pagar a taxa de adesão. Os primeiros recebem dos demais que vão entrando e quanto mais cedo você entrar, mais vai ganhar. Você recebe ainda mais R$ 10 por amigo indicado. Imagine que, na poupança, R$ 500,00, em 30 dias, rendem menos de 1%, ou R$ 5,00. Já nesse inovador investimento, aplicando os mesmos R$ 500,00, você receberá R$ 1.500,00 em dois meses, o equivalente a 150%, ou 150 vezes a poupança!
O funcionamento é simples. Como todos sabem, a internet é atualmente a maior fonte de renda do mundo e, ao se associar a esse site, você ganha todas as ferramentas para ter renda usando marketing de rede. É a maneira mais rápida para colocar em prática os ensinamentos do best-seller "O Segredo". Entendeu?
Quem se empolgou com o "investimento" acima deve ter cuidado. Trata-se de uma pirâmide que circula na internet e que usa esses mesmos argumentos para atrair incautos. Enquanto o mercado ainda digere o caso da fraude gigante do ex-presidente da Nasdaq nos EUA Bernard Madoff, que montou uma pirâmide de US$ 52 bilhões, analistas e consultores alertam para o risco de o investidor, neste momento de mercado fraco, colocar em perigo todo seu dinheiro em armadilhas que alardeiam altíssima rentabilidade como chamariz.
Há tanto os investimentos que existem, mas são irregulares, não seguem as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e trazem o risco de quebrar - em geral, se transformando em pirâmide à medida que o negócio fracassa e o dinheiro de quem aplica paga os saques de quem sai - até os golpes financeiros puros e simples.
Em todos os casos, o que atrai o investidor é a cobiça, pecado capital capaz de levá-lo ao inferno ainda em vida. Que o digam os milhares de pessoas que até hoje esperam reaver as aplicações feitas em esquemas envolvendo boi, avestruz, palmito, camarão e afins.
O canto de sereia da alta rentabilidade seduz até investidores experientes a ponto de deixá-los cegos, esquecendo de cuidados básicos. Foi o que aconteceu recentemente com um grupo de aplicadores que aplicou em clubes distribuídos irregularmente por uma corretora de câmbio. No estatuto, que trazia um número de registro na bolsa que não existia, o clube garantia o resgate do valor aplicado indefinidamente e ainda um rendimento de 5% ao mês nos três primeiros meses, independentemente do comportamento da bolsa. No fim do ano, e seis meses depois de a CVM ter alertado o mercado para a irregularidade, os clubes deixaram de honrar os resgates.
"Trabalho no mercado e sabia que ninguém consegue dar esse retorno garantido, mas meus amigos estavam ganhando tanto e tão rápido que eu pensei que poderia sair antes de a coisa estourar", diz um investidor do clube, que procurou o Valor e agora tenta reaver parte do que aplicou. Alguns investidores chegaram a tomar empréstimos em bancos para aplicar e agora, além da perda, ainda ficaram com uma dívida.
O caso está sendo investigado pela CVM, que abriu inquérito administrativo, e também pelo Banco Central, que liquidou a corretora. Há também um inquérito criminal na Polícia Federal e investigações no Ministério Público.
Além das aplicações irregulares, há sinais de crescimento também nos golpes de mercado, onde criminosos oferecem uma aplicação falsa e simplesmente somem com o dinheiro do investidor. Na semana passada, dois clientes de uma corretora foram contatados por um desconhecido dizendo que eles tinham direito a uma alta soma relativa a aplicações no antigo fundo 157.
As quantias a receber chegariam a R$ 600 mil e seriam referentes a aplicações do fundo em ações da Usiminas. Para receber, bastaria depositar os valores do "imposto de renda" - em um caso, R$ 15 mil e, em outro, R$ 5 mil - em uma conta indicada por esse desconhecido, que se dizia representante de uma corretora. Era fornecido até um telefone para o investidor ligar para a corretora, para "confirmar".
O estoque de ideias dos espertalhões não é pequeno, afirma José Alexandre Cavalcante Vasco, superintendente de Orientação e Proteção aos Investidores da CVM. "Além do fundo 157, temos denúncias de pessoas que ligam falando de ações perdidas de empresas de telefonia e pedem valores adiantados para liberar o dinheiro", diz.
Há três anos, a moda eram os investimentos via internet em moedas no exterior, ou Forex, na maioria dos casos irregulares, conforme denunciou na época o Valor. "Havia alguns sites que, apesar de estarem operando irregularmente no país, até faziam as transferências de valores, mas muitos eram totalmente falsos, o dinheiro caía direto na conta do golpista", diz Vasco.
Uma dificuldade da CVM é conseguir localizar os golpistas, que fogem assim que sentem que o esquema foi descoberto. "Há pouco tempo, um grupo de falsos agentes autônomos garimpava ações de telefonia no interior de Minas, comprando papéis a preços irrisórios", lembra Vasco. "Mas, cada vez que descobríamos o esquema, eles mudavam para outra cidade, para escapar da fiscalização."

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O CASO DOS AMENDOINS

Tudo o que é preciso saber antes de ampliar o seu negócio - ou de como há mais coisa entre você e o seu lucro do que pode imaginar a vã filosofia... (Texto utilizado pela School of Business Administration da University of Western Ontario, Canadá)
Jonas Gudaidias, dono de uma pequena casa de lanches rápidos, decidiu colocar sobre o balcão do estabelecimento uma prateleira com alguns saquinhos de amendoins com a esperança de faturar um dinheiro extra. Comunicou a importante decisão ao seu homem de confiança, o contador, que de tão perspicaz e rápido em defender seus pontos de vista, sempre pareceu a Gudaidias um super-herói das finanças. Aqui, segue a conversa entre os dois:
S-HTF - Sr. Gudaidias, o senhor disse que colocou estes amendoins aqui no balcão porque alguns clientes estavam pedindo. Mas eu pergunto: será que o senhor sabe mesmo quanto os tais amendoins vão lhe custar?
Gudaidias - Do que você está falando? É claro que não vão custar grande coisa! Amendoim é artigo barato. Por isso, vão dar lucro, um belo lucro. Eu paguei uns R$ 250,00 por esta prateleira, assim os amendoins vão chamar mais atenção dos fregueses, mas esta despesa é praticamente nada. Depois, cada saquinho me custa R$ 0,50 e eu vou vender por R$ 1,00. Espero vender 50 por semana, para começar, e se tudo correr como eu imagino, em cinco semanas eu cubro os custos da prateleira. Depois disso, passo a ganhar R$ 0,50 quatro cruzados em cada saquinho de amendoim.
S-HFT - Lamento dizer, sr. Gudaidias, mas essa é uma abordagem antiquada, ultrapassada e absolutamente não-realista. Não é assim que se raciocina quando se quer decidir pela implantação de um negócio. Felizmente, os modernos procedimentos contábeis permitem traçar um quadro mais preciso da situação que, indiscutivelmente, revelará complexidades subjacentes, importantíssimas de se levar em conta antes de seguir em frente. Gudaidias - O que?
S-HFT - Calma, calma, eu explico. O senhor não pode pensar nesses amendoins isoladamente. Eles devem ser integrados às suas operações comerciais. Isso significa que os amendoins precisam arcar com a sua parcela nos custos gerais do negócio. Eles não podem, de maneira alguma, ficar alheios à parte que lhes cabe nos gastos do aluguel, aquecimento, luz, depreciação dos equipamentos, decoração, salários das garçonetes, do cozinheiro... Gudaidias - Do cozinheiro? Mas o que é que o cozinheiro tem a ver com os amendoins? Ele nem sabe que eu tenho os amendoins...
S-HTF - Veja bem, sr. Gudaidias, acompanhe o meu raciocínio. O seu cozinheiro está, como não poderia deixar de ser, na cozinha, e é a cozinha que prepara a comida. A comida atrai as pessoas para cá, e são as pessoas que perguntam se o senhor tem amendoins para vender. É por isso que o senhor deve fazer com que os amendoins paguem uma parte do ordenado do cozinheiro e também uma parte dos seus próprios ganhos. Nestas contas que eu fiz com cuidado, levando em consideração todos os custos da casa, fica bem claro: o negócio dos amendoins precisa arcar, anualmente, com R$ 127,87 das despesas gerais.
Gudaidias - Os amendoins? 127 reais por ano de despesas gerais? Os coitados dos amendoins?
S-HTF - Na ponta do lápis, é um pouco mais do que isto. Não se pode esquecer que o senhor também gasta dinheiro todas as semanas para lavar as prateleiras, para mandar varrer o chão e para repôr o sabonete do toalete. Com isso, os custos atingem R$ 131,31 ao ano.
Gudaidias - (pensativo) Mas quem me vendeu os amendoins me garantiu que eu ia ganhar um bom dinheiro com eles. É só colocar os saquinhos à vista do freguês e ir faturando cinqüenta centavinhos de lucro em cada um, ele me disse.
S-HTF - (com um certo ar de superioridade) Acontece que esse vendedor não é um teórico em Finanças, como eu. Não leva os detalhes em conta. Por exemplo, o senhor sabe quanto vale aquele canto no balcão onde está a prateleira dos amendoins?
Gudaidias - Que eu saiba, nada. Não me serve para nada; é só um pedaço de balcão sem utilidade.
S-HTF - Um enfoque moderno de custos não permite a existência de locais sem limites num negócio. O seu balcão tem cerca de seis metros quadrados, e fatura torno de R$ 150.000,00 por ano. Calculei com precisão o espaço ocupado pela prateleira dos amendoins e posso afirmar que ela lhe custa R$ 25.000,00 por ano. Como a prateleira está impedindo que o balcão seja usado, não há outra alternativa senão cobrar a ocupação do balcão.
Gudaidias - Isso por acaso quer dizer que eu vou ter de repassar mais esses R$ 25.000,00 para o preço dos amendoins?
S-HTF - Exatamente. O que elevaria a sua parcela de custos operacionais gerais com os amendoins para um total final e definitivo de R$ 156,13 por ano. Ora, como o senhor pretende vender 50 saquinhos de amendoins por semana, se efetuarmos a alocação dos custos, vamos constatar que estes saquinhos deverão ser vendidos por R$ 2,80 cada um, e não por R$ 1,00.
Gudaidias - O que?
S-HTF - Ah! Ainda estamos esquecendo uma coisa: a esse preço, deve ser acrescentado o custo da compra de R$ 0,50 por saquinho, o que perfaz um total de R$ 30,00 por semana. Deste modo, o senhor há de compreender que, vendendo amendoins a R$ 1,00, como era a sua intenção, estará incorrendo num prejuízo de R$ 29,00 em cada venda. Portanto, o amendoim terá que ser comercializado a R$ 31,00.
Gudaidias - Mas isso é uma loucura!
S-HTF - De jeito nenhum! Os números não mentem jamais, e eles provam que o seu negócio de amendoins não tem futuro.
Gudaidias - (com ar de quem descobriu o pulo do gato) E se eu vender muito, muito amendoim, digamos 1.000 saquinhos por semana em vez de 50?
S-HTF - (com toda paciência do mundo) Sr. Gudaidias, parece que o senhor não compreende o problema... Se o volume de vendas aumentar, os gastos operacionais também aumentarão. O senhor terá mais trabalho, isso lhe tomará mais tempo e, como haverá mais mercadoria em jogo, a depreciação será maior. O princípio básico da contabilidade é inequívoco nesse ponto: "Quanto maior a operação, maiores as despesas gerais a serem alocadas". Não, não, infelizmente aumentar o volume de vendas não vai ajudar neste caso. Análises modernas de custos são para isso mesmo, sr. Gudaidias. Para que não haja ilusões no mundo dos negócios.
Gudaidias - Tudo bem, tudo bem. Então o que é que eu faço?
S-HTF - (condescendente) Bem, o senhor poderia reduzir os custos operacionais. Para começar, mude-se para um prédio de aluguel mais barato. Depois, reduza os salários dos seus funcionários. Passe a lavar as janelas a cada 15 dias e mande varrer o chão só às quintas-feiras. Acabe com a mordomia do sabonete na pia do toalete. Diminua o valor do metro quadrado do seu balcão. Se com tudo isso o senhor reduzir suas despesas em 50%, a parcela que cabe aos amendoins cairá para R$ 78,56. Ai, os amendoins poderão ser vendidos a R$ 16,50 o saquinho para ter lucro.
Gudaidias - (pasmo) Você quer dizer que, mesmo depois de cortar os meus custos operacionais pela metade, eu ainda vou ter que cobrar R$ 16,50 por saquinho de amendoins? Ninguém é bobo de pagar este preço! Quem é que vai querer comprar os meus amendoins?
S-HTF - Esse são outros quinhentos, sr. Gudaidias. O fato é que a R$ 16,50 o senhor estaria vendendo amendoins a um preço baseado numa real e relevante estimativa dos custos já reduzidos.
Gudaidias - (afobado) Olhe aqui, eu tenho uma idéia melhor. Por que eu não jogo fora de uma vez todos esses malditos amendoins? Que tal se eu colocar todos eles no lixo?
S-HTF - O senhor pode se dar a esse luxo?
Gudaidias - Mas é claro. Eu só comprei 50 saquinhos, que me custaram uns trocados, apenas. Minha maior despesa foi com a prateleira, mas tudo bem, prefiro perder esse dinheiro e cair fora desse negócio maluco.
S-HTF - (balançando a cabeça) Aí é que o senhor se engana; as coisas não são assim tão simples. Afinal, o senhor já ingressou o ramo dos amendoins, e no instante em que se desfizer deles estará acrescentando R$ 156,31 - a parte deles, no seu negócio - às despesas gerais anuais da sua operação. Portanto, seja realista: será que o senhor pode mesmo encerrar as vendas dos amendoins?
Gudaidias - (arrasado) Eu não acredito! Na semana passada, eu era um próspero comerciante, tinha pela frente a perspectiva de um dinheiro a mais e agora estou aqui, metido em uma complicação daquelas só porque eu pensei que uns amendoins no balcão poderiam melhorar o meu caixa.
S-HTF - (erguendo a sobrancelha) Vamos, vamos, sr. Gudaidias, não é o fim do mundo. Ainda bem que nós temos essas análises modernas de custos. Sem elas, como poderíamos desfazer falsas ilusões como essa dos amendoins?

Ajuste em Balanço da BrT será de R$ 1,3 bi

Valor Online
06/04/2009 16:10
SÃO PAULO -
Ao ajustar o balanço da Brasil Telecom Participações aos seus critérios de estimativas contábeis, a Telemar (Grupo Oi) notou diferenças que terão efeito negativo líquido de R$ 1,3 bilhão no patrimônio líquido da empresa adquirida. A informação foi divulgada por meio de Fato Relevante na noite de sexta-feita.
Desta forma, o patrimônio líquido da BrT Participações, que era de R$ 5,764 bilhões ao final do ano passado, cairia para R$ 4,464 bilhões após os ajustes.
No comunicado em que fala sobre o caso, a Telemar Norte Leste disse que o processo de revisão das estimativas ainda não foi concluído, mas que decidiu divulgar as informações por já ter apurado os principais efeitos. A companhia disse também que não foi definido como esta diferença vai afetar os balanços das empresas envolvidas.
Segundo a Telemar, a maior mudança está no enquadramento de contingências judiciais (cíveis, trabalhistas e tributárias), com impacto negativo de R$ 1,45 bilhão. Na prática, isso significa que a BrT não achava provável a perda da causa nesses processos e por isso não havia feito provisões para essas despesas. Pelo critério da Telemar, a perda é provável, o que exige a constituição de uma reserva para eventuais gastos que venham a ocorrer.
Outros ajustes de critérios e estimativas contábeis estão relacionadas com o plano de pensão, com efeito positivo de R$ 200 milhões, e com provisão para devedores duvidosos, com impacto negativo de R$ 50 milhões.
(Valor Online)

sábado, 4 de abril de 2009

Mudança contábil deve melhorar balanço dos bancos americanos

Os EUA anunciaram ontem um relaxamento nas regras contábeis que permitirá aos bancos melhorarem a fotografia de seus balanços e elevarem o volume de empréstimos concedidos. A mudança, comunicada pelo Fasb (comitê contábil americano), vale a partir do segundo trimestre de 2009, que começou anteontem. Visto como uma "mágica contábil", esse relaxamento diminuirá o rigor com que ativos de baixo preço e liquidez são registrados pelos bancos e empresas -permitirá contabilizar valores acima dos de mercado. Até então, papéis lastreados em hipotecas, por exemplo, deveriam ser contabilizados pelo preço pelo qual encontrassem um comprador. Com a crise, a maioria desses papéis não tinha comprador e acabavam sendo registrados por valores ínfimos, diminuindo a capitalização dos bancos e reduzindo a capacidade de emprestar. A mudança foi considerada um retrocesso por contadores, auditores e analistas, que viram pressão do Congresso dos EUA. Eles temem estímulo à "maquiagem" de balanço e dificuldades para comparar resultados com períodos anteriores e entre diferentes instituições -a regra foi rejeitada por dois dos membros do Fasb. A mudança permite uma espécie de "dessazonalização" do valor de um ativo, retirando o impacto que a falta de liquidez teve em seu preço. No caso, parte das perdas não passarão pelo resultado financeiro -que termina em lucro ou prejuízo- da empresa , mas reduzirão o patrimônio dos acionistas. Também flexibiliza a data em que devem ser computados, permitindo o registro em um período mais favorável. Segundo Alexsandro Broedel, da contabilidade da USP, a mudança pode elevar em 20% o lucro dos bancos nos EUA. Broedel acredita que, se a regra for adotada pelo Brasil, terá um impacto "imaterial" nos balanços dos bancos. Isso porque altera mais o preço de derivativos de crédito, que quase não existem no país. "O impacto maior será que os bancos americanos poderão voltar a emprestar mais ao Brasil." Para valer no Brasil, a nova regra deve, primeiro, ser adotada pelo Iasb (correspondente internacional do Fasb americano), que é seguido pelo país. Depois, deve ser aprovada pelo CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) e colocada em audiência pública antes de ser regulamentada pela CVM. O Iasb divulgou ontem nota apoiando o órgão americano, mas pedindo seis meses para se pronunciar sobre o assunto. A tendência é que faça algo semelhante, melhorando a capitalização dos bancos europeus. Para Edson Arisa, do Ibracon (associação dos auditores), é cedo para dizer se a regra é mesmo um retrocesso. "Os órgãos que tratam da contabilidade estão buscando a melhor forma para interpretar o que está acontecendo, sem exagerar nem para um lado nem para o outro", disse. Broedel lembra que há dúvidas se os bancos vão aderir à mudança. "Muitos bancos podem falar que não querem mudar e que vão continuar com regras mais rigorosas", disse.
Folha de S.Paulo
03 de Abril de 2009

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Convergência para normas internacionais terá mais cinco temas em audiência

03/04/2009
Valor Online
De São Paulo


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) colocou ontem mais cinco pronunciamentos contábeis em audiência pública. Com isso, a agenda de regulação do processo de convergência das normas brasileiras ao padrão internacional IFRS segue conforme o programado. Entraram na fila para o debate as regras para combinação de negócios (CPC-15), demonstração intermediária (CPC- 21), informações por segmento (CPC-22), imobilizado (CPC-27) e propriedade para investimento (CPC-28). As sugestões podem ser enviadas ao regulador até 15 de maio. Dessa forma, sobe para oito o total de audiências públicas em andamento relacionadas à adoção do IFRS. As três consultas anteriores encerram no próximo dia 10. A agenda da CVM e do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) para este ano é extensa. Estão previstos 32 pronunciamentos, sendo 28 regras e quatro orientações. A meta é divulgar a versão final de todas até setembro. A adoção das normas emitidas neste ano está programada apenas para 2010, a partir dos balanços trimestrais. Isso porque o objetivo é dar mais tempo às companhias . No ano passado, foram 17 documentos emitidos. Com isso, são 49 normas que servirão de pilar para a convergência do Brasil aos padrões internacionais de contabilidade. (GV)

Mudança contábil exige novo perfil de profissionais

03/04/2009
Valor Online
Por Roberta Lippi, para o Valor, de São Paulo.
A implementação das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS), aprovada em 2007 no Brasil por meio da Lei 11.638 e que afeta todas as companhias abertas e limitadas de grande porte do país, está causando uma verdadeira revolução na rotina e na carreira de contadores, auditores, controllers e executivos da área financeira. A mudança, que unifica os padrões contábeis para estabelecer critérios de comparação entre empresas internacionais, aumenta significativamente o grau de responsabilidade dos profissionais que elaboram ou analisam balanços, exigindo deles uma visão crítica e conhecimentos mais aprofundados de gestão de negócios, finanças corporativas, questões societárias, planejamento tributário e sistemas de informação. Os treinamentos, debates e congressos sobre IFRS pipocam por toda parte e lotam auditórios com representantes de empresas, universidades e órgãos públicos preocupados em entender e debater as aplicações das novas regras, já em vigor nos balanços consolidados de 2008 publicados este ano. Mas, apesar dessa corrida contra o tempo, esta lei é entendida pelo mercado como um grande avanço por transformar as demonstrações financeiras em um instrumento efetivo de gestão do negócio, mais transparente e confiável para os investidores. Já para os contadores, acostumados a figurar em segundo plano na escala das profissões da área financeira, trata-se de uma revolução que os coloca em um novo patamar no mercado. Seu papel, até então restrito aos registros numéricos, sobe para o nível da tomada de decisão. "Esta é uma grande oportunidade de carreira para o profissional contábil, que sempre foi muito discriminado, visto como um registrador de fatos e dados. Agora, ele é obrigado a fazer parte da estratégia da empresa", diz a contadora-chefe do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Vania Borgerth. Para ela, que também é diretora do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI) no Rio de Janeiro e professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), este é o momento de maior mudança em toda a sua carreira. Há 16 anos no BNDES, Vania lidera atualmente uma equipe de 50 pessoas. Ao todo, a estrutura da instituição tem 250 contadores, responsáveis por analisar o balanço das empresas que solicitam financiamento. E é da contadora-chefe a missão de capacitá-los em IFRS. Por isso, desde 2006, Vania acompanha de perto as discussões no Brasil e no exterior sobre as normas contábeis internacionais. "Procuramos nos antecipar ao mercado. O próximo passo será certificar internacionalmente todos os nossos contadores", explica ela. As normas internacionais causam também um impacto importante no ensino, uma vez que exigem mudanças não apenas no currículo dos cursos de ciências contábeis, administração e economia, mas também na mentalidade dos professores e nas metodologias. Afinal, as escolas terão de exigir do aluno um posicionamento mais analítico e não somente o cumprimento de normas pré-estabelecidas. O desafio é grande: segundo o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), cerca de 20 a 25 mil contabilistas se formam a cada ano em 1.046 instituições de ensino superior espalhadas pelo país. Como as regras estão sendo adotadas por etapas e, por isso, há pouquíssimas publicações sobre o tema no Brasil, a responsabilidade de se atualizar e buscar as informações recai sobre todos os profissionais envolvidos com o tema - inclusive os professores. "O conhecimento está se formando e, por isso é muito importante que os professores participem das discussões", diz Sérgio Machado, professor do Ibmec São Paulo. Em relação ao mercado de trabalho, ele acredita que a demanda agora será por contadores que enxerguem a organização de forma mais ampla. As escolas de ponta no ensino de finanças saem na frente na adequação à nova legislação. A Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), ligada à Universidade de São Paulo (USP), é uma das líderes do processo no país, e faz parte do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), grupo formado pelas principais entidades do mercado de capitais responsável pelo estudo, adequação e emissão de normas ligadas à Lei 11.638. Além de promover uma série de workshops e palestras sobre o assunto em parceria com outras entidades e empresas, a Fipecafi já incorporou ao seu currículo todas as normas publicadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). "O antigo modelo contábil é mencionado apenas como referência histórica", diz o professor Ariovaldo dos Santos. Para ele, mais do que a questão técnica, o maior desafio é a postura que deverá ser adotada pelos professores, alunos e profissionais de mercado. "É preciso mudar a cabeça das pessoas. Elas terão de reaprender a profissão." A Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Eaesp) também já reformou a disciplina de contabilidade em seus cursos de acordo com o padrão internacional. A cada nova norma publicada pela CVM, os professores levam artigos e a própria legislação para discutir em sala de aula. A professora Edilene Santana Santos, do departamento de Contabilidade, Finanças e Controle da FGV, vê impactos importantes tanto na carreira dos contadores, que precisam de conhecimento mais profundo para tomar decisões, como dos analistas de mercado, já que eles são os usuários das informações publicadas e precisam interpretar corretamente os balanços. "Com a adoção do IFRS, há flexibilidade para adaptação em cada empresa. O analista vai se deparar com formas diferentes e, ao ler os relatórios, precisa saber como aquela prática adotada afetou os resultados", explica Edilene. É o que vive na pele Marco Saravalle, analista da corretora Coinvalores e conselheiro da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec). "Foi uma mudança muito sensível para a análise", diz ele, que terá de fazer projeções de mercado para 2009 com as novas alterações. Saravalle acabou de concluir um MBA voltado para o mercado de capitais, porém ainda estudou com base no modelo contábil antigo. "Se eu soubesse (que as regras mudariam tanto) teria esperado mais um pouco para fazer o curso", lamenta. "Nós, analistas, vamos ter que ler muito, buscar informações em palestras e seminários para estarmos atualizados, porque pequenas questões podem ser determinantes na avaliação de uma empresa."Outro segmento do mercado que tem investido fortemente em capacitação em IFRS são as empresas de auditoria, que têm sido responsáveis por introduzir as novas regras em boa parte das empresas de grande porte no País, além de oferecer treinamento para as equipes internas dessas organizações. Para garantir tal expertise dos auditores, os treinamento no Brasil e exterior são intensivos. Só na KPMG, foram investidos em 2008 aproximadamente de R$ 4 milhões em treinamentos de IFRS e novos pronunciamentos contábeis. Cerca de 1.800 profissionais da equipe passaram por 280 mil horas de treinamentos presenciais no país e na Europa ou em cursos on-line. "Muitos fatores exigem um grau de subjetividade muito grande, como determinar o valor justo de ativos. São aspectos que exigem maior senioridade dos profissionais", diz o sócio-líder de auditoria da KPMG no Brasil, Charles Krieck. "O processo ficou mais complexo e mais interessante", completa. A PricewaterhouseCoopers (PwC) também treinou mais de mil funcionários em sessões que variaram de 30 a 100 horas por ano, além de um grupo de cerca de cem "superespecialistas" que fizeram intercâmbio técnico fora do país ou possuem qualificação internacional independente. Além da capacitação interna, a empresa promove constantemente seminários gratuitos para cerca de 400 pessoas sobre a Lei 11.638 e seus impactos nas organizações. "Nossa preocupação é que o mercado todo consiga se capacitar", diz Fábio Cajazeira, sócio da área de mercado de capitais no Brasil. Há cerca de dez anos, quando a Europa sinalizou a mudança nas regras internacionais, a PwC mundial começou a promover intercâmbios internos para capacitar profissionais dos 154 países em que atua. Cajazeira foi um deles. Passou dois anos no Reino Unido participando de um grupo global especializado em IFRS. Hoje, considerado um "superespecialista", ele acredita que a convergência das regras internacionais é a maior revolução na linguagem de comunicação das empresas com seus diversos públicos. Por isso, o entendimento de quem atua na área não pode ser superficial. "São mais de 40 normas que mudam toda a estrutura de balanço. Não é algo que um curso de cinco horas resolveria." Na opinião dos especialistas ouvidos pelo Valor, o IFRS tende a promover um maior interesse de jovens profissionais para atuar na área contábil. A demanda já foi identificada pelo Ibmec RJ, por exemplo, que lançou uma graduação em ciências contábeis toda moldada a essa nova realidade. O curso se propõe a formar profissionais que tenham pleno domínio conceitual, funcional e operacional do IFRS e outras questões importantes ligadas à área financeira, mas também traz questões que remetem ao novo papel dos contadores, como gestão de negócios, análise de informações, habilidades de liderança e visão estratégica das atividades contábeis. Para o vice-presidente de fiscalização do Conselho Federal de Contabilidade, Enory Luiz Spinelli, o pleno ajuste às novas regras deve se dar entre cinco e oito anos. "A história da contabilidade no Brasil, desde a chegada dos portugueses, sempre teve um enfoque tributário, fiscal. Agora, teremos uma contabilidade focada no negócio e no conhecimento."

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Professor com bacharelado consegue equiparação salarial a colega com mestrado

Professor com grau de bacharelado deve ganhar o mesmo que um colega com título de mestrado, se ambos exercem a mesma função e têm igual produtividade. A conclusão é da Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho, que rejeitou o agravo de instrumento da Fundação de Ensino Octávio Bastos (FEOB) contra a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP) nesse sentido.
Na Justiça do Trabalho, o professor bacharel afirmou que foi contratado para dar aulas de Direito na fundação em abril de 1986 e desligado em julho de 1999, com salário de R$ 20,00 por hora-aula. Contou ainda que, em 1997, foram contratados novos professores para a faculdade com salário de R$70,00 a hora-aula.
Entre esses, um mestre e doutorando em Direito, para exercer função idêntica à do bacharel. Por isso, reivindicava equiparação salarial com o colega paradigma e as correspondentes diferenças salariais.
Em sua defesa, a fundação disse que a contratação dos professores com grau de mestre, doutor e pós-graduação teve a intenção de melhorar o nível dos alunos. Além do mais, alegou ter liberdade para estabelecer salários diferenciados entre os professores de acordo com a titulação. Por fim, sustentou que os dois profissionais ministravam a mesma disciplina, mas com qualidade técnica diferente.
A Vara do Trabalho de São João da Boa Vista (SP) e o TRT/Campinas deram razão ao professor bacharel. Segundo o Regional, a fundação admitiu a identidade de funções entre os professores e não conseguiu provar a alegação de melhor técnica nem maior produtividade do profissional com mestrado/doutorando que justificasse os salários distintos. Ao contrário, prova oral confirmou que a titulação do professor não resultou em mais qualidade das aulas.
A fundação recorreu ao TST para tentar rediscutir a matéria. No agravo de instrumento, justificou que a equiparação salarial era incabível porque não existia entre os dois profissionais a mesma qualificação.
Por isso, sustentou que a decisão do Regional contrariou a Súmula nº 6 do TST, que prevê critérios objetivos na avaliação da perfeição técnica para fins de equiparação salarial de trabalho intelectual.
Para o relator do processo, ministro Vantuil Abdala, a matéria era muito interessante e dava margem a dúvidas. Ele explicou que o entendimento do TRT estava fundamentado em prova de que não houve aumento de produtividade ou mais qualidade nas aulas ministradas por um professor em relação a outro. Essa conclusão seria suficiente para afastar o argumento da de contrariedade à Súmula nº 6.
O ministro Renato de Lacerda discordou, inicialmente, desse entendimento. Na sua opinião, a titulação seria o diferencial para autorizar a concessão de salários distintos. Mas, diante do quadro fático analisado e descrito pelo TRT, os ministros da Segunda Turma seguiram o voto do relator e rejeitaram o agravo de instrumento. Com isso, ficou mantida a condenação da fundação ao pagamento da equiparação salarial.
( AIRR 957/2001-034-15-40.5 )
Fonte: Tribunal Superior do Trabalho, por Lilian Fonseca
Revista Contábil & Empresarial Fiscolegis, 31 de Março de 2009