segunda-feira, 21 de junho de 2010

Botas geram energia e recarregam celular

Calçados que aproveitam a diferença entre o calor dos pés e o frio do chão para gerar energia serão lançados durante festival de música na Inglaterra

Vanessa Barbosa, de EXAME.com, em : 21/06/2010

São Paulo - Um par de botas especiais promete fazer mais do que manter os pés de seus donos protegidos e aquecidos - ele vai poder recarregar o celular também. Chamado de Orange Power Boot, o modelo turbinado é capaz de transformar o calor dos pés em correntes elétricas.

Doze horas andando, dançando ou realizando qualquer outra atividade com as botas podem gerar energia térmica suficiente para fornecer o equivalente a uma hora de carga para um celular.A capacidade de recarga é diretamente proporcional à quantidade de movimento realizada e ao calor gerado no interior das galochas.

Um sistema instalado na sola aproveita a diferença térmica entre os pés e o chão para gerar energia por um processo conhecido como efeito seebeck. No interior da sola, existem módulos termoelétricos compostos de materiais semicondutores presos por placas finas de cerâmica.

Quando o calor da pele e o frio exterior atingem essas placas, a eletricidade é gerada. Depois, é só conectar o celular na saída de energia - um espaço próprio nas botas para encaixe do aparelho (veja na foto abaixo).

Desenvolvidas pela empresa inlgesa de design e comunicação Orange em colaboração com especialistas em energia renovável da GotWind, as galochas serão apresentadas ao público no festival britânico de Glastonbury, o maior festival de música do mundo a céu aberto, entre os dias 23 e 27 deste mês.

Kit Geladeira pode diminuir o consumo de energia residencial

Por Isabel Gardenal, do Jornal da Unicamp.

Uma simples geladeira é responsável por cerca de 30% dos gastos mensais das famílias brasileiras com energia elétrica. Mas uma solução doméstica foi pensada na Universidade para diminuir este custo. A dissertação de mestrado de Mirko Chávez Gutiérrez, apresentada recentemente à Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), levou ao desenvolvimento de um dispositivo para a condensação evaporativa em refrigeradores domésticos, uma vez que estes dissipam o calor para o ar do ambiente. O resultado dos testes mostrou que foi possível economizar a energia elétrica residencial. O trabalho de Gutiérrez sugere para isso o uso de um “kit geladeira” que permite funcionar de forma muito similar ao industrial. Os condensadores evaporativos são apenas utilizados atualmente em sistemas de refrigeração de maior porte, como por exemplo em câmaras frigoríficas.
Esse kit é composto basicamente de um reservatório, de uma pequena bomba hidráulica e de um tubo de PVC, para circulação e distribuição de água. “O reservatório precisa se encaixar à recepção da água que está caindo, a fim de que possa ser bombeada novamente”, acentua o professor Vivaldo Silveira Júnior, orientador da pesquisa de mestrado. Ele considera que, se o dispositivo for levado à escala comercial, poderá se tornar mais adaptável e ganhar um design arrojado que acomodará melhor o sistema externo, embora já hoje, a partir desta pesquisa, possa ser aplicado a qualquer refrigerador, mesmo os mais antigos.

Dependendo do interesse das empresas montadoras, o kit será facilmente implementado a um baixo custo e com a eficiência que o Brasil requer, opina Silveira Júnior. Com os dados obtidos nesta pesquisa, garante, a economia no consumo global de energia elétrica residencial chegaria a um patamar de 5%. “O resultado seria mais encorajador do que o obtido no horário de verão, que ficou entre 3% e 4%”, relembra.

Gutiérrez, que é engenheiro de alimentos graduado pela Universidade Católica de Arequipa, Peru, buscou em seu projeto inspiração na geladeira, isso porque ela é utilizada por 96% das famílias brasileiras e é uma das vilãs no consumo de energia elétrica (o chuveiro ainda figura como o primeiro colocado). Segundo o pesquisador, existem no Brasil poucas iniciativas efetivas que visem à economia energética nestes equipamentos. O condensador evaporativo, ao contrário, provou ser uma estratégia viável, pois a tecnologia já era empregada com sucesso na indústria, ainda que sem aplicações domésticas.

Na prática, esse condensador promove a transferência de calor para a água de resfriamento. A sua função é transferir calor do gás circulando por dentro dos tubos do sistema de refrigeração para a água, que os molham no lado externo. “Quisemos, portanto, aliar esta necessidade a uma tecnologia que possui uma aplicação industrial já atestada”, destaca o engenheiro de alimentos.

Ele trabalhou adaptando uma tecnologia de porte industrial, traduzindo-a para uso doméstico, no caso as geladeiras. A solução foi possível nos testes, e os experimentos se embasaram em normas brasileiras. “Escolhemos a geladeira antiga porque é certo que o seu consumo será maior. Foi uma forma de testar o experimento na pior situação”, conta, mas reconhece que, quanto mais passa o tempo, as montadoras têm melhorado o sistema de refrigeração e de isolamento dos novos refrigeradores. “O nosso trabalho inclusive ajudaria muito esse processo”, sinaliza Gutiérrez.

Ainda durante os testes, utilizaram-se diferentes condições de temperatura de ensaios para todas as regiões do país. Foram feitos experimentos em temperaturas ambientais baixas, como acontece no Sul (17 e 18ºC), e em temperaturas altas (32ºC), como no Nordeste. O equipamento mostrou-se eficientemente, de acordo com o pesquisador, em todos os arranjos de temperaturas.

Essa técnica adaptada deve “cair nas graças” da indústria, na avaliação do pesquisador, justamente por este favorecimento da água em promover a troca térmica neste local, onde de fato precisa haver dissipação de calor para adequar o ciclo termodinâmico da geladeira. Para facilitar a sua dissipação, a água é circulada sobre o condensador. Ela evapora e troca calor mais facilmente neste local. Este favorecimento do sistema de refrigeração da geladeira como um todo mantém internamente sua operação normal e com melhor eficiência durante a troca térmica.

“Conseguimos inovar em termos de aplicação. Falta agora buscar uma parceria com alguma empresa que se interesse pela proposta, como as grandes fabricantes de refrigeradores. Seria uma contribuição para a eficiência energética, já que no momento precisamos encontrar meios de economizar energia e realizar o mesmo trabalho. A isso chamo eficiência energética”, diz Silveira Júnior.

Eficiência – Ainda que esse dispositivo tenha um custo, ele foi concebido para atender a uma demanda social. “Não queríamos que o custo fosse elevado. O investimento inicial no kit é de apenas R$ 40,00 aproximadamente, por equipamento. Considerando que é uma tecnologia inovadora e de fácil aplicação, nota-se que ela tem tudo para impactar positivamente a comunidade em geral com o apelo de conseguir uma melhora do desempenho energético e de gerar uma poupança em famílias de qualquer parte do Brasil.”

Agora a ideia do engenheiro de alimentos é combinar outros benefícios com este dispositivo em refrigeradores. “O sistema oscila menos e o compressor enfrenta menor tempo de parada e de partida. Além disso, mesmo do ponto de vista dos alimentos e de sua conservação, ele é desejável para manter uma temperatura mais uniforme dentro do gabinete da geladeira”, comenta Gutiérrez. Pelo fato de ter uma temperatura com menores oscilações, os alimentos na geladeira alcançam um maior tempo de conservação.

Quanto à melhora de desempenho do sistema de refrigeração, foram efetuados cálculos para entender o que significam esses 15% que, à primeira vista, não dão a sua dimensão exata. Contudo, levando em conta um custo de tarifa de R$ 0,331/kWh, que normalmente é a tarifa praticada pelas concessionárias de energia, ele representaria uma economia financeira mensal de R$23,44, segundo testes comparativos desenvolvidos na FEA com um refrigerador com e sem o dispositivo proposto. “É uma economia considerável para uma conta residencial. Trata-se de um serviço de utilidade pública e uma forma de economizar energia de maneira eficiente”, expõe o pesquisador. Soma-se a isso a vantagem de o sistema trabalhar sem exigir grandes modificações no seu funcionamento.

Segundo o autor da pesquisa, o governo brasileiro não tem sido omisso em buscar maneiras de melhorar a eficiência energética, contudo suas estratégias atuais baseiam-se na troca de refrigeradores. “As concessionárias trocam os refrigeradores mais antigos, devido ao seu maior consumo em relação aos atuais. Esta estratégia é apenas uma substituição”, afirma. “Se alcançarmos a massificação do dispositivo estudado, será uma estratégia mais agressiva do que apenas substituir um equipamento por outro, sendo que este procedimento pode representar novos problemas ambientais. A nossa contribuição poderia ser maior neste caso.”

Equipamentos eficientes, alimentos mais conservados - O Departamento de Engenharia de Alimentos (DEA) da FEA tem demonstrado, ao longo dos anos, preocupação com os processos de conservação de alimentos e também com os equipamentos responsáveis para que isso aconteça. No caso do presente estudo, Gutiérrez trabalhou inicialmente com os equipamentos de refrigeração em prol do produto, que é a conservação dos alimentos, e que, por sua vez, chega aos gastos de energia, podendo gerar um custo menor para o produto conservado.

O DEA tem, assim, duas óticas: a de olhar pelo lado do produto e a de olhar pelos equipamentos. Ele ainda produz pesquisas sobre os princípios de funcionamento dos equipamentos e os processos de conservação ou secagem de produtos para esta maior conservação. Enfatiza igualmente o desenvolvimento dos secadores ou processos de extração de essências. “São várias linhas que se dedicam aos fenômenos que acontecem, interpretando-os e otimizando as suas condições de processo”, expõe Silveira Júnior que, além de responsável pelo Laboratório, é diretor-associado da FEA.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Contadores terão exame similar ao da OAB

Conforme notícia veiculada pelo CFC e postada anteiormente nese blog, segue abaixo mais informações sobre o "novo" Exame de Suficiencia.


Contabilidade: Nova lei também reforça poder do conselho federal para emitir normas de contabilidade no país.

Fonte: Valor Econônimo, em 17/06/2010

Por Fernando Torres, de São Paulo

Da mesma forma que os bacharéis em direito são obrigados a passar pelo exame da OAB para exercer a advocacia, os contadores formados terão que ser aprovados em um "Exame de Suficiência" para trabalhar na área.

Uma emenda "contrabandeada" na Medida Provisória 472, que tratava do Refis da Crise, incluiu dois artigos que reforçam o poder do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) para regulamentar a profissão, o que inclui esse novo exame, e também tornam explícito o direito do órgão de emitir as Normas Brasileiras de Contabilidade, o que era contestado por alguns contadores.

Isso engloba todos os pronunciamentos baseados no IFRS emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e ratificados pelo CFC nos últimos dois anos, inclusive a regra simplificada para uso obrigatório pelas pequenas e médias empresas.

Na prática, o órgão já emitia as normas há décadas e a maioria dos contadores seguia as instruções sem contestação. Um grupo de profissionais, no entanto, era contra esse tipo de regulamentação e argumentava que o Decreto-lei 9.295/46, que normatiza a profissão, não dizia explicitamente que o CFC poderia emitir normas de contabilidade e exigir seu cumprimento.

Aprovada pelo Congresso Nacional na semana passada, a MP 472 foi convertida na lei 12.249/10 e publicada no Diário Oficial de segunda-feira.

Em relação ao Exame de Suficiência, ainda não está definido como ele será e nem o seu alcance. O comando do CFC e os representantes dos 27 conselhos regionais da categoria se reunirão entre hoje e amanhã, em Brasília, para definir os detalhes dessa nova certificação.

Não se sabe, por exemplo, se ela valerá para todos os profissionais da área ou se apenas para aqueles se formarem bacharéis em contabilidade a partir de agora. Sobre esse ponto, o texto da lei é claro apenas em relação aos técnicos em contabilidade, dizendo que aqueles que já tiverem seu registro, ou que venham a obtê-lo até 1º de junho de 2015, terão assegurado o direito ao exercício da profissão.

Na visão de Carlos Alberto Marques Lopes, contador que é contrário à essa nova regulamentação e também à edição de normas pelo CFC, a nova legislação só vale para os fatos novos, ou seja, não se aplica aos contadores que já possuem seus registros profissionais. Para ele, o conselho federal age "na contramão do mercado, burocratizando procedimentos que sempre se mostraram eficientes e se bastavam e criando custos adicionais que podem inviabilizar as pequenas e medias empresas de auditoria, em detrimento das 'grifes' internacionais".

Em entrevista concedida antes da publicação da nova lei, o presidente do CFC, Juarez Domingues Carneiro, comentou apenas que os contadores que contestavam o poder do órgão para emitir normas não mostravam o contrário, que ele não podia fazê-lo.

Ao falar sobre a então possível aprovação da lei, Carneiro disse que não haveria mudanças. "Não haverá mais espaço para esse tipo de contestação, mas não vamos mudar o nosso procedimento", afirmou o presidente do CFC, que garantiu que o órgão continuará trabalhando em conjunto com o CPC, que é o órgão responsável pela tradução das normas contábeis internacionais.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

XVII Congresso Brasileiro de Custos

Tema: Sustentabilidade: além da mensuração de custos

Data: 03 a 05 de novembro de 2010

Local: FACE (Faculdade de Ciências Econômicas) da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais)
Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Normas para apresentação de trabalhos: http://cbc.edugraf.ufsc.br/wp-content/uploads/2010/04/formato-de-apresentacao-2010.pdf

OBS: Classificação Qualis/CAPES: O Congresso Brasileiro de Custos foi classificado como A1 pela área da Administração, Ciências Contábeis e Turismo da CAPES.


Datas Importantes:
Período para submissão dos artigos: 05/07/2010 a 09/08/2010
Divulgação dos artigos aprovados: 10/09/2010
Abertura das inscrições: 09/08/2010
Prazo final para inscrição dos autores com trabalhos aprovados: 24/09/2010
Divulgação da programação definitiva: até 18/10/2010
Realização do evento: 03 a 05 de novembro de 2010


Mais informações: http://cbc.edugraf.ufsc.br/

terça-feira, 15 de junho de 2010

Nova Lei altera normas que regem a profissão contábil

Fonte: CFC, em 14/06/2010.

Por Maristela Girotto


Sexta-feira, 11 de junho de 2010. Nesta data, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 12.249/10 - publicada no Diário Oficial da União deste dia 14 - consolidando mais uma grande conquista para a classe contábil brasileira. A Lei, entre outras providências, altera o Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946, que regulamenta a profissão contábil no território nacional.

"O Sistema CFC/CRCs e a classe contábil brasileira ganharam uma duradoura batalha, talvez a mais importante dos últimos tempos", afirmou o presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Juarez Domingues Carneiro, sobre a aprovação da Lei.

Antiga aspiração do Sistema CFC/CRCs, a reformulação da lei de regência irá trazer atualização e modernização à profissão. Para se chegar às propostas que iriam compor o texto do anteprojeto de lei, visando atender às demandas de todo o País, um amplo processo de discussão teve início em 2006. Esse trabalho durou quase três anos e envolveu o Conselho Federal (CFC), os 27 Regionais de Contabilidade (CRCs) e a participação direta dos contabilistas, por meio de duas audiências públicas. Notáveis contabilistas também foram chamados a colaborar com as discussões.


Os artigos da Lei nº 12.249/10 que se referem à profissão contábil são os de números 76 e 77 e estão na Seção V - Das Taxas e Demais Disposições.


Esse e o link pra acessar a Lei.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12249.htm

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Inovação tecnológica no transporte de cerveja: IPVA = zero

Acreditem se quiser. Enquanto uns pagam um absurdo de IPVA outros inovam e dão volta (em quem? no povo ou no governo?). De qualquer forma, duvido que pagam IPVA ou que tenham ou que venham  ter alguma punição apesar do fragrante que o leitor do Globo, Paulo Chagas, mostrou nessa segunda-feira em plena Av. Brasil quando seguia para Nilópolis, municipio da baixada fluminense.

Fonte: O globo on line, em 14/06/2010.

Inovação: dicas para financiamento

Fonte:  Agência Ambiente Energia, em 14/06/2010. 


Quem busca encontrar financiamento para tirar uma boa ideia do papel tem um opção se informar sobre as oportunidades existentes. Acontece na quinta-feira, dia 17 de junho, a palestra “Captação de recursos para projetos de inovação: onde estão as fontes e como fazer para obter recursos”, promovida pela Faculdade de Administrçaão e Finanças da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

Segundo os organizadores, a palestra abordará a importância da inovação para a competitividade das empresas no atual cenário; a relação entre gestão da inovação e captação de recursos para projetos; agências, órgãos e oportunidades de fomento e financiamento para inovação; incentivos financeiros, benefícios fiscais e fundos de subvenção para a inovação; e leis de incentivo. A palestra será ministrada pela professora Branca Terra, responsável pela implantação do Laboratório de Inovação e Empreendedorismo da Uerj e doutora em Inovação Tecnológica e Organização Industrial (COOPE/UFRJ) e especializada em Políticas públicas de transferência de tecnologia – Science Policy Institute – SUNY, Nova York – EUA.

A palestra é gratuita e será realizada no dia 17 de junho de 2010, às 19h, na rua São Francisco Xavier 524, 5° andar, Bloco F, Auditório 53, Maracanã, Rio de Janeiro. As inscrições podem ser realizadas com o envio do nome do interessado para o e-mail uerj_faf_nespe@yahoo.com.br, as vagas são limitadas. Para mais informações, acesse o site http://www.datalabel.com.br/uerj.nespe ou telefone para (21) 2334-0360.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Inspetores americanos encontram "falhas" em auditoria feita no Brasil


Fonte: Valor Econômico on line, em 10/06/2010.

Por Nelson Niero, de São Paulo

Especialistas americanos identificaram "falhas" em trabalhos de auditoria feitos pela Deloitte no Brasil. A firma, uma das chamadas "quatro grandes" do setor de contabilidade no mundo, contestou as observações.

O Conselho de Supervisão de Contabilidade de Companhias Abertas (PCAOB, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, divulgou na semana passado o relatório sobre a inspeção que fez, entre maio e junho de 2007, na operação brasileira da Deloitte, a segunda maior firma global de auditoria e consultoria por faturamento.

É a primeira inspeção feita no Brasil divulgada pelo órgão, que foi criado pela Lei Sarbanes-Oxley, de 2002, depois dos escândalos empresariais do início da década. As outras grandes - PwC, KPMG e Ernst & Young - também foram avaliadas, mas os resultados ainda não foram divulgados.

O relatório sobre a Deloitte diz que foram encontradas "deficiências" nos dois trabalhos de auditoria que foram avaliados. O nome das empresas não é revelado.

As falhas, segundo o documento, foram significativas a ponto de a equipe do PCAOB concluir que "a firma não obteve evidências suficientes para dar base à sua opinião sobre as demonstrações financeiras [das empresas auditadas]".

A resposta da Deloitte, em carta do então sócio Francisco Papellás Filho, diz que o parecer é dado para as demonstrações financeiras "como um todo", o que não teria sido levando em consideração.

Uma das falhas apontadas refere-se à classificação, na demonstração de resultados, de um desconto dado pela companhia auditada a um fornecedor. O débito estava na rubrica "despesas operacionais", mas a equipe do PCAOB considerou que o valor deveria ter constado como uma dedução da receita de vendas.

A mudança, que não alterou o resultado, "não foi relevante, apenas uma questão de apresentação", disse Maurício Pires Resende, sócio da Deloitte responsável por questões regulatórias. Ainda assim, a empresa decidiu republicar o balanço daquele ano.

Outra questão levantada pelo PCAOB diz respeito à "incapacidade de executar procedimentos de auditoria suficientes para examinar a adequação de um passivo contingente". Segundo a Deloitte o assunto está relacionados a passivos trabalhistas de uma empresa que passava por uma reestruturação depois de uma fusão. "Naquela situação, a provisão feita era suficiente", afirmou Resende. O entendimento do órgão americano era de que deveria ter sido feita uma análise mais extensa e detalhada.

"É um caso julgamento profissional", disse José Roberto Carneiro, sócio da Deloitte responsável pela área de auditoria. "O julgamento foi muito severo."

Carneiro ressalva, no entanto, que esse é o trabalho dos reguladores e que sempre haverá discordâncias. "A Deloitte apoia o trabalho do PCAOB."

O órgão privado americano examina todas as firmas de auditoria cujos clientes tenham papéis negociados no mercado americano. De 2005 a 2008, o PCAOB fez 128 inspeções fora dos Estados Unidos, num total de 26 países.

Apenas partes dos relatórios são abertas ao público. Uma parcela "substancial" do documento, especialmente a que se refere às críticas ao sistema de controle de qualidade, é mantida em sigilo, a não ser que a firma não consiga reparar os erros encontrados.

O uso de tecnologia no ambiente corporativo: 10% das empresas não usam computadores, aponta Ipsos

A pesquisa mostrou ainda que 40% dos pequenos empresários não utilizam rede sem fio

Priscila Zuini, de EXAME.com

09/06/2010

Quem não usa computador diz que não precisa do equipamento para fazer o negócio funcionar
Foto: Getty Images

São Paulo - A Ipsos, a pedido da Intel, realizou uma pesquisa com 1500 empresas brasileiras para mapear o uso de tecnologia no ambiente corporativo. Foram consultadas desde as micro até as grandes companhias. Menos de 10% das empresas consultadas não usam computadores, a maioria justifica dizendo que não precisa do equipamento para fazer o negócio funcionar.

Do total dos negócios que tem computadores, 38% já contam com um departamento específico para a área de TI. Além disso, 80% dos entrevistados usam tecnologia principalmente para troca de emails e 45%, para sistemas de venda.

Segundo o estudo, 40% dos pequenos empresários optam por um computador desktop como servidor e ainda não utilizam o sistema de rede sem fio. São poucos os que usam a ferramenta de trabalho remoto, 27% das empresas consultadas. Para o gerente de marketing da Intel no Brasil, Cássio Tietê, apesar da maior parte das empresas possuírem computadores, eles não são usados com o máximo de eficiência.

Outras duas pesquisas sobre o mesmo assunto, divulgadas neste ano, indicam que a tecnologia é mesmo uma preocupação dos empresários. Um dos estudos, realizado pelo Google na América Latina, mostrou que 60% das pequenas empresas usam internet para propaganda. Em outra pesquisa, conduzida pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil e pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação, os dados indicam que as pequenas empresas brasileiras estão mais empenhadas em usar celulares corporativos e conexão 3G

quinta-feira, 10 de junho de 2010

IFRS com prazo de validade

Normas obrigatórias a partir de 2010 estão em revisão e podem mudar mais se houver convergência com os EUA.

 
Fonte: Valor on line em 09/06/2010.


Por Fernando Torres, de São Paulo

As normas internacionais de contabilidade que serão adotadas obrigatoriamente pelas companhias abertas brasileiras nos balanços de 2010, conhecidas como IFRS, estão com o prazo de validade perto de vencer.

Enquanto contadores e auditores locais correm contra o tempo para deixar tudo pronto no prazo, os principais órgãos internacionais responsáveis pela emissão de normas contábeis tentam costurar um entendimento que pode resultar em mudanças significativas nas regras atuais.

Na prática, isso quer dizer que o modelo novo adotado pelas companhias aqui no Brasil pode se tornar velho em poucos anos.

Um exemplo é o caso das provisões para inadimplência dos empréstimos. Até o ano passado, os bancos brasileiros usavam o critério da perda esperada para calcular a provisão de devedores duvidosos. No balanço em IFRS referente a 2010, terão que usar o sistema de perda incorrida. Daqui a poucos anos, com a revisão da norma internacional, o mais provável é que voltem para o sistema antigo, embora com algumas diferenças no método de avaliação.

Além desse processo contínuo de aperfeiçoamento das normas IFRS, que já ocorre normalmente, isso deve se intensificar tendo em conta a busca por um padrão global de contabilidade que envolva também os Estados Unidos.

O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb), que emite as IFRS, e o seu similar americano Fasb, responsável pelo padrão chamado de US Gaap, têm dito repetidamente que buscam uma convergência entre os dois sistemas de contabilidade.

De fato houve acordo entre os dois órgãos em diversos aspectos tratados até agora, mas numa das áreas mais importantes e polêmicas, relativa à classificação e mensuração de instrumentos financeiros, o que se viu foi um distanciamento de opiniões.

Seguindo o histórico de sua escola, o Fasb deixou claro há duas semanas, com a divulgação de uma minuta que entrou em audiência pública, que defende uma abordagem que aumenta a abrangência do registro dos instrumentos financeiros pelo valor de mercado (valor justo), enquanto o Iasb já emitiu uma nova norma, o IFRS 9, que admite com maior flexibilidade o uso do método do custo amortizado (marcação do papel pela curva), o que deve reduzir a volatilidade dos balanços em momentos de crise.

Os especialistas não consideram que essa divergência seja insolúvel, mas entendem que, se o objetivo for alcançar um único padrão contábil internacional de alta qualidade, algum dos lados terá que ceder, ou os dois.

Eventuais mudanças que o Fasb possa fazer no US Gaap não interferem no novo padrão de contabilidade brasileiro, que tem como base as IFRS, ressalta a presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), Ana María Elorrieta.

No entanto, ela admite que tanto a minuta proposta pelo órgão americano, como os comentários recebidos durante a audiência pública, podem influenciar a regulamentação do Iasb.

O IFRS 9 foi emitido em agosto, com permissão para adoção antecipada, mas com o uso obrigatório previsto apenas para o exercício de 2013. Diante disso, uma mudança na regra até poderia ser feita, mas não seria algo trivial, uma vez que África do Sul, Austrália, Nova Zelândia e algumas empresas japonesas já estão usando o novo sistema.

Também não seria fácil para o Iasb simplesmente ignorar todo o processo de audiência pública conduzido para elaborar o IFRS 9 e dizer que mudou de ideia após ouvir a opinião do Fasb.

Nesse sentido, o Iasb pediu que todos os agentes envolvidos com o IFRS nos mais de 120 países que adotam mo modelo se manifestem na consulta feita pelo órgão americano. A esperança é que, ao perceber a reação do mercado à sua proposta, o Fasb possa rever o texto sugerido.

Segundo o professor Eliseu Martins, representante da Fipecafi no Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), a minuta apresentada pelo Fasb expande o uso do valor justo para quase todos os instrumentos financeiros, como carteiras de recebíveis e de empréstimos, que nos sistemas contábeis usados até agora podiam ser marcados pela curva, caso fossem mantidos até o vencimento. "Parece que depois de toda essa discussão sobre valor justo, o Fasb concluiu não só que ele não foi responsável pela crise financeira, como quer expandir seu uso", diz o professor, que destaca que as diferenças em relação ao modelo proposto no IFRS "são grandes".

Se o Iasb for convencido a seguir pelo mesmo caminho do Fasb, isso mudaria bastante não só o balanço dos bancos, como das empresas não financeiras brasileiras, diz Eliseu.

Se o plano A de convergência total entre o IFRS e US Gaap não der certo, não está descartado um caminho de meio termo. O plano B teria como base aproximar a contabilidade em quase todos os pontos e apresentar uma breve reconciliação com as diferenças. Nesse cenário, há expectativa de que a Securities and Exchange Commission (SEC) poderia permitir a adoção do IFRS pelas empresas americanas mesmo sem a convergência total.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Estudo mostra tendência de queda nos impostos pagos por empresas

Incentivos fiscais concedidos não só em função do impacto da crise financeira na economia real mas também dentro da tendência mundial de desoneração de impostos fizeram reduzir a carga tributária global sobre as empresas de 2008 para 2010.

Essa é outra conclusão de pesquisa da KPMG, que avaliou a carga tributária de 95 cidades em dez países. Dos dez países analisados, apenas um - o Japão - teve aumento no índice de total de impostos medido no levantamento. Os demais - México, Canadá, Holanda, Austrália, Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, Itália, Japão e França - tiveram redução de carga tributária nos últimos dois anos.

Para compor o índice total de impostos de cada país, houve, dentro do universo analisado, a seleção das 41 maiores cidades com população superior a 2 milhões de habitantes. A pesquisa compara o custo tributário em cada localidade com o custo em dólar nos Estados Unidos, que ficou com base 100. O México baixou seu índice de 70,2 para 59,9, Canadá de 78,8 para 63,90 e Holanda, de 78,3 para 76,4. No caso do Japão, o aumento do índice total é creditado em parte à valorização do iene nos últimos dois anos, o que aumentou o custo dos impostos em dólares.

O levantamento inclui carga tributária sobre empresas e alcança imposto sobre renda, capital, vendas e propriedade, além de tributos comerciais locais diversos e encargos trabalhistas. Os dados foram coletados entre julho de 2009 e janeiro de 2010.

Roberto Haddad, sócio da KPMG no Brasil, destaca que o México foi considerado como o país com menor carga, mas na classificação das 41 cidades o índice menor ficou por conta da canadense Vancouver, com índice de 51,1. O Canadá ficou com a segunda menor carga em 2010, na classificação dos países. Para Haddad, isso revela que os incentivos fiscais, que reduzem o índice total de impostos, tendem a ser regionais e cada vez mais específicos, de acordo com atividade e perfil da empresa. "O Canadá como um todo pode não ter carga tributária menor que o México, mas em Vancouver uma empresa pode encontrar melhores condições para pagar impostos."

A pesquisa também revela a diversidade das políticas tributárias. Haddad lembra que a França, por exemplo, tem baixa carga tributária de imposto de renda. O país acaba elevando o índice total de impostos em razão das cobranças locais e trabalhistas. Dentre os dez países, a França ficou em 2010 com o maior índice, de 181,4. (MW)

Fonte: Valor Econômico on line, em 07 jun. 2010.

Um poste que gera a sua própria energia.

Júlio Santos, da Agência Ambiente Energia

Um avião colocado sobre alguns postes nas proximidades do Palácio De Iracema, do governo do Ceará, chama a atenção de quem passa por perto. Se atrai olhares pelo inusitado, a ideia esconde outras credenciais para quem busca o uso racional da energia, com menos impacto ambiental e aproveitando o potencial que o local tem. Desenvolvido pelo empresário Fernando Ximenes, da Gram Eollic, o poste híbrido com avião funciona gerando energia eólica e solar.

A solução, cuja ideia surgiu na época do “apagão em 2001, alimenta, no mínimo, mais dois postes, com autonomia de 70 horas. “Os benefícios são muitos. Para o meio ambiente é imenso, imagine não poluir, não emitir resíduos sólidos, líquidos, gasosos, nem radioativos ou térmicos e nem sonoros”, comenta Ximenes, que bancou o desenvolvimento do produto do próprio bolso.

O poste híbrido, com nome técnico de Produtor Independente de Energia (PIE), tem modelos com 12 e 18 metros de altura.

O avião colocado sobre o equipamento é feito de fibra de carbono e alumínio especial, tendo nas asas células solares que captam os raios ultravioletas por meio do silício, armazenando a energia produzida em uma bateria localizada na parte inferior.

“O uso do avião é por conta de ele ter uma aerodinâmica favorável”, observa o empresário. Neste caso o nível de geração de energia é de até 400 watts. As hélices do avião, a assim como uma pá de eólica, podem gerar até 1 mil watts.

“Um quilômetro de poste hibrido com avião independente de energia é menor que o convencional, e se computar o custo indireto da transmissão de energia e das subestações, ele fica ainda menor em comparação com o convencional”, explica Ximenes.

Nesta entrevista à Agência Ambiente Energia, ele fala dos benefícios do poste híbrido, do trabalho da empresa para colocá-lo no mercado e de suas vantagens ambientais. Sem impactos ambientais e capaz de gerar uma economia de até R$ 21 mil, a solução tem um grande espaço no Brasil, que tem um grande potencial eólico e solar. E o Ceará, sem dúvida, larga bem na frente por sua tradição com eólicas e sua incidência solar.

Agência Ambiente Energia – Como funciona o poste híbrido?

Fernando Ximenses - O poste hibrido (eólico e solar) com o avião, funciona produzindo ambas energias e alimentando no mínimo mais dois postes, com autonomia para 70 horas.

Agência Ambiente Energia – O que esta solução traz em termos de economia de energia e eficiência para este tipo de iluminação?

Fernando Ximenes – Este equipamento trás uma economia de tarifa de até R$ 21 mil, por quilômetro; dependendo das cargas instaladas e das tarifas cobradas pelas distribuidoras, trás também a independência do Sistema Interligado Nacional, podendo ser instalado em qualquer região do Brasil e do mundo.

A economia para o sistema interligado é de 4%, podendo triplicar este potencial, pois muitos trechos de rodovias, estradas, ruas e praças públicas não são iluminadas devido ao custo elevado de transmissão e subestações, inviabilizando vários acessos e projetos de iluminação.

Agência Ambiente Energia – Como está sendo a sua colocação no mercado?

Fernando Ximenes - A colocação do poste híbrido no mercado está sendo por meio de desenvolvimento de projetos em várias regiões do Brasil e da America Latina. Também estamos abrindo concessionárias independente de energia Gram-Eollic, em capitais.

Agência Ambiente Energia – O que a solução traz em termos de custos?

Fernando Ximenes - Os custos são acessíveis e variados, de acordo com cada projeto e suas necessidades. Um quilômetro de poste hibrido com avião independente de energia é menor que o convencional, e se computar o custo indireto da transmissão de energia e das subestações, ele fica menor ainda em comparação com o convencional.

Agência Ambiente Energia – Quais são os benefícios, além dos financeiros?

Fernando Ximenes - Os benefícios são muitos. Para o meio ambiente é imenso, imagine não poluir, não emitir resíduos sólidos, líquidos, gasosos, nem radioativos ou térmicos e nem sonoros. Não temos impacto ambiental nenhum, muito pelo contrário, o poste híbrido com o avião é decorativo. Podemos desenvolver várias nomenclaturas e design para os postes, de acordo com a cultura de cada região.

Podemos com o poste híbrido/avião economizar 4% em barragens hidroelétricas ou em termoelétricas e nuclear. Com isso, reduziremos o impacto ambiental das hidroelétricas que é incalculável, para a fauna, a flora, o ecossistema e economia de subsistência de uma região. Já nas termoelétricas reduzimos a poluição de emissão de gases, e nas nucleares reduzimos o problema do lixo nuclear.

Fonte: http://www.ambienteenergia.com.br/, acesso em: 07 jun. 2010.